Autor: Nina Rodrigues
Páginas: 414
ISBN: 978-85-8325-034-0
O historiador estadunidense Skidmore localizou a criação do Brasil “moderno” entre 1870 e 1910 em sua Uma história do Brasil (Paz e Terra, 2003), “modernidade” iniciada 47 anos depois da independência (1823), 110 anos depois da expulsão
dos Jesuítas da Colônia (1760) e afirmação da educação laica; colado nas extinções da escravização Africana e monarquia. Isolado do Planeta até 1808, obrigado a produzir açúcar, algodão, fumo, ouro para a Europa desde sua mais tenra infância, sem modelos a seguir, proibido de pensar, imprimir livros e jornais até o século 19, o Brasil contemporâneo ainda é uma interrogação. A independência no século 19 encontrou o Império português pouco mais evoluído que a Colônia
portuguesa do século 16. Por isso, o modelo de pensamento e comportamento foi a Europa, suas academias, seus salões, seus institutos, ainda que tudo fosse ridículo em território brasileiro, como a eugenia que propôs ao Brasil o branqueamento de sua população mestiça e negra. A elite brasileira que nunca resolve suas gravíssimas questões políticas e sociais, que não resolveu a questão da escravatura em nenhuma das leis para inglês ver, anteriores a 1888, achou que os Africanos tinham encerrado seus trabalhos de construção da pátria e podiam ser dispensados. A pesquisa e criação deste livro aconteceram no momento de branquear a população com políticas de extinção dos elementos “inferiores”, mesclando-os aos imigrantes escolhidos. Em 1890, o governo provisório liberou a entrada de imigrantes com capacidade de trabalhar; sem processos por crime desde que não fossem nativos da África ou da Ásia. Toda a política de branqueamento partia do pressuposto europeu de que a raça branca era superior às demais. Os Africanos no Brasil, talvez a obra mais importante de Nina Rodrigues, foi pesquisada durante 15 anos, de 1890 a 1905, com os últimos africanos
trazidos compulsoriamente ao País, e pertence ao período de criação do Brasil “moderno”. Nina morreu em 1906 com o livro impresso até a página 280, e seus discípulos assumiram a tarefa de publicá-lo. Um deles morreu antes da publicação,
e fomentou uma daquelas maldições que assustam a Bahia mística de caveiras de burro e coisas assim. Finalmente, a obra foi publicada em 1932, como um resgate insuperável dos últimos momentos de um sistema moribundo. (Aninha Franco
Coordenadora da Coleção A/C\Brasil)
de, Nina Rodrigues.
O historiador estadunidense Skidmore localizou a criação do Brasil “moderno” entre 1870 e 1910 em sua Uma história do Brasil (Paz e Terra, 2003), “modernidade” iniciada 47 anos depois da independência (1823), 110 anos depois da expulsãodos Jesuítas da Colônia (1760) e afirmação da educação laica; colado nas extinções da escravização Africana e monarquia. Isolado do Planeta até 1808, obrigado a produzir açúcar, algodão, fumo, ouro para a Europa desde sua mais tenra infância, sem modelos a seguir, proibido de pensar, imprimir livros e jornais até o século 19, o Brasil contemporâneo ainda é uma interrogação. A independência no século 19 encontrou o Império português pouco mais evoluído que a Colôniaportuguesa do século 16. Por isso, o modelo de pensamento e comportamento foi a Europa, suas academias, seus salões, seus institutos, ainda que tudo fosse ridículo em território brasileiro, como a eugenia que propôs ao Brasil o branqueamento de sua população mestiça e negra. A elite brasileira que nunca resolve suas gravíssimas questões políticas e sociais, que não resolveu a questão da escravatura em nenhuma das leis para inglês ver, anteriores a 1888, achou que os Africanos tinham encerrado seus trabalhos de construção da pátria e podiam ser dispensados. A pesquisa e criação deste livro aconteceram no momento de branquear a população com políticas de extinção dos elementos “inferiores”, mesclando-os aos imigrantes escolhidos. Em 1890, o governo provisório liberou a entrada de imigrantes com capacidade de trabalhar; sem processos por crime desde que não fossem nativos da África ou da Ásia. Toda a política de branqueamento partia do pressuposto europeu de que a raça branca era superior às demais. Os Africanos no Brasil, talvez a obra mais importante de Nina Rodrigues, foi pesquisada durante 15 anos, de 1890 a 1905, com os últimos africanostrazidos compulsoriamente ao País, e pertence ao período de criação do Brasil “moderno”. Nina morreu em 1906 com o livro impresso até a página 280, e seus discípulos assumiram a tarefa de publicá-lo. Um deles morreu antes da publicação,e fomentou uma daquelas maldições que assustam a Bahia mística de caveiras de burro e coisas assim. Finalmente, a obra foi publicada em 1932, como um resgate insuperável dos últimos momentos de um sistema moribundo. (Aninha FrancoCoordenadora da Coleção A/C\Brasil).
Páginas: 414
ISBN: 978-85-8325-034-0