de, Carlos Barbosa.
Carlos Barbosa é um escritor reconhecido pelos romances A dama do Velho Chico e Beira de rio, correnteza. Um romancista que escreve minicontos pode provocar, à primeira vista, um certo estranhamento. Mas, por mais estranho que pareça, o miniconto oferece ao escritor uma liberdade semelhante àquela do romance. E ele se sente muito à vontade com o gênero. O território do romance permite ao escritor digressões, descrições, perfilamentos de personagens, notícias históricas, comentários filosóficos e psicológicos, variações na forma narrativa etc. Já o living do miniconto o desobriga disso tudo, ou faz de cada um desses recursos narrativos uma experiência micronarrativa. O miniconto dispensa até mesmo a identificação do seu protagonista. Pode preservar a estrutura do conto, com fecho de ouro e história oculta, por exemplo, condensando parágrafos inteiros numa única frase; ou pode se constituir apenas de uma frase. O título não apenas sinaliza o enredo- é parte fundamental da narrativa. Crônica, prosoema, reflexão filosófica, comentário social, piada, causo, o que seja, o miniconto sempre foi praticado, desde que alguém se dedicou a contar histórias. A internet o popularizou, está firme no meio editorial. E, sim, dá rápida vazão ao olhar crítico do autor, à sua indignação frente aos desrumos da realidade e a suas dores sempiternas. E isso é pouco diante das infinitas possibilidades criativas que oferece.Na Coleção Cartas Bahianas, os autores participantes representam uma turma de escritores do cenário baiano, muitos reconhecidos em blogs e prêmios literários, que ganharam espaço para publicação editorial. Nas páginas dos livros, que lembram o formato de um envelope, os temas retratados são livres e pessoais. Valem contos, prosas e poesias.
Páginas: 48
ISBN: 978-85-8325-037-1