de Georgio Rios.
Todos os volumes da coleção Cartas Bahianas, da P55 Edições, têm o formato de um envelope de carta, com uma aba que sobressai da capa e se encaixa ao fundo. No caso de “Ficções ao mar”, de Georgio Rios, o formato pareceu unir-se à vocação do livro, o que levaria facilmente a um leitor desavisado crer que seria uma edição personalizada. “Ficções ao mar” – como quem posta, envia.
Seriam estes microcontos mandados ao mar? O curioso é que o autor vive em Riachão de Jacuípe, no sertão baiano. Ele não escreveu uma homenagem como quem está a alguns passos das ondas, elas talvez sejam as destinatárias. Na dedicatória feita à caneta no meu exemplar, ele descreve do seguinte modo o percurso: “(são) respingos do mar que habita cada sertanejo”. O que lembra de imediato a máxima de Antônio Conselheiro, do sertão a virar mar e vice-versa. Algumas teorias geológicas apontam, inclusive, que várias rochas do semiárido são semelhantes às que constituem hoje o fundo do oceano. Para além das evidências, no entanto, existe do sertão para o mar, como de toda coisa para o seu contrário, essa estranha intimidade, esse parentesco, e é o que parece buscar este livro. (Saulo Dourado)
Na Coleção Cartas Bahianas, os autores participantes representam uma turma de escritores do cenário baiano, muitos reconhecidos em blogs e prêmios literários, que ganharam espaço para publicação editorial. Nas páginas dos livros, que lembram o formato de um envelope, os temas retratados são livres e pessoais. Valem contos, prosas e poesias.
Páginas: 48
ISBN: 978-85-89655-91-0